...da forma

  Sementes,
 tudo vem de sementes, plantas, animais... dizem que até o universo veio de uma semente. E, digam o que disserem, todo desenho começa na forma.
 A forma, de uma maneira simples, é a identificação visual das coisas, por exemplo "aquilo tem a forma de um carro, mas é um bolo", por uma série de outras observações descobrimos que é um bolo, mas a primeira conclusão foi, tem a forma de um carro.
  E "a melhor forma de falar da forma é falar sobre FORMA BÁSICA". Tá! O trocadilho foi ruim, mas estas são as sementes do desenho.

A menor forma é o ponto. Não tem muito o que dizer, "um ponto é um ponto"! Certo? Justamente por isso, algo deve ser esclarecido: O ponto, na verdade, indica uma posição, então nós o representamos fazendo um "ponto gráfico" que é como aquela bolinha no final da frase, ou um X, ou... com uma infinidade de outras referências. Mas, não se engane, sua representação é muito importante.

— Depois vem a linha, que nada é, além de uma sucessão (uma fila) de pontos. Ela pode ser classificada de diversas maneira. Por agora, vamos precisar dessas:  
Tamanho, as linhas só tem um : infinito. Daí pegamos o pedaço que precisamos é chamamos de segmento. Existem outra classificações para a linha, mas servem mais à matemática.
Podemos considerar um segmento uma parte de quaisquer desses tipos, apesar das linhas poligonais já  serem formadas de segmentos de linhas retas, e as mistas, seguimentos de linhas retas e curvas. Outra coisa importante sobre as linhas, é como elas se relacionam. Há linhas que nunca se tocam, seguem sempre a mesma distância uma da outra se chamam paralelas. Quando elas se tocam se chamam concorrentes, classificação que tem algumas subdivisões.
(Aqui mais detalhes). existe uma tal de reta coincidente também, mas como "vizualmente" ela não funciona, ignoremos. A matemática que cuide dela.
Pegando um desses pedaços, de uma linha poligonal e juntando as pontas temos um polígono.
  De uma forma geral,eles são, nomeados, pelo número de lados e classificados como regulares ou irregulares , mas alguns, como quadriláteros e os triângulos fogem a esta regra. E juntando as pontas de uma linha curva temos circunferências, elipses e ovoides.
Tente imaginar e desenhar algo diferente,
 que caiba nestas mesmas formas 

 Dando uma passada rápida pelos polígonos temos:
 O triângulo : são polígonos de três lados, que podem receber seus nomes pelos  ângulos, tamanho dos seu lados e pelo resultado da combinação entre eles. MAIS...
 O quadrilátero: como os triângulos, podem ser classificados quanto aos lados e as relações entre eles. e sua relação com os ângulos. Os mais conhecidos são o quadrado e o retângulo, mas existe uma variedade muito grande de quadriláteros. MAIS..
 Depois disso vem o pentágono (cinco lados), o hexágono (seis) e assim por diante. Se me lembro, aprendíamos o nome deles até 20 lados (icoságono), depois foram dando nomes aos outros, mas como em geral são nomes absurdamente difíceis, de guardar e pronunciar, podemos usar a expressão "polígonos de X lados"(MAIS...). Existe até um googólgono que é exatamente um polígono com o nº googol de lados, que uns doidos escreveram errado, o que deixou eles ricos. É aquele mesmo.
 As circunferência são simples: O fechamento de uma linha curva, em que todos os pontos estão à mesma distância de um centro. Esta distância se chama raio. Já nas elipses, a distâncias dos pontos variam de acordo com uma fórmula, em dois "centros", no caso da representação gráfica, na geometria tem bem mais assunto. E os ovoides, ou ovais, a grosso modo, são uma mistura desses dois, e é claro, parecem com ovos.

 Estou só pincelando sobre isso porque para o desenho livre, conhecer estas formas é muito necessário, mas a matemática em torno delas para nós, vai ser usada de maneira mais "intuitiva", digamos assim. Você deve, e se estiver ainda na escola "vai", se aprofundar mais nesse assunto.

 Depois disso, vem figuras chamadas poliedros, que representam os sólidos e vão ajudar na noção se profundidade do desenho, aquele 3D.
 O mais famoso deles é o hexaedro regular,  o cubo!
 Para os poliedros a coisa dão uma complicada, porque, eles são designados pelo número de faces (formadas de polígonos), e não é com qualquer quantidade de lados que eles podem ser regulares, nas verdade dá para contar nos dedos os poliedros regulares . Com cara do vídeo você vai entender como são os poliedros. E como te falei antes, isso é mais matemática que desenho, nós também vamos usá-los de maneira mais "ligth". Conversamos melhor sobre eles falando de perspectiva.

  Acho que, por enquanto, vamos usar só isso ai!
 Agora que você já sabe o nome de algumas formas e elas como se classificam, e não tem a menor ideia de como usa-las, vou te contar um segredo: eu também não tenho!
 Mas sei alguns truques usando elas para ajudar a desenhar.

1- LINHA RETA: Já tentou traçar uma linha reta, sem régua? "Huuummm... ,  difícil pacas... , nunca dá certo". É mais ou menos o que ouço.
  E se eu disser que é "molezinha"? provavelmente vai me xingar e chamar de maluco, mas... Experimente isso:
— pegue uma folha em branco, faça um ponto na direita da folha, na altura que quiser. faça outro na extrema esquerda, na mesma altura.
— ponha a ponta do lápis no primeiro ponto, fixe o olhar no segundo, "FIXE"! Grude, não desvie o olhar!!!
— agora deslise o lápis, nem muito rápido nem muito devagar, na direção do ponto que você está olhando. com o tempo, você pega esse lance da velocidade, é diferente para cada um, vai achar a sua.

Que tal, deu certo?

Faça agora o caminho de volta. Tente fazer uma linha sobre a outra, lembrando sempre de olho no ponto para onde vai. Treine, muito isso, é a coisa mais importante que se pode saber sobre desenho. Experimente as verticais e inclinadas também, na verdade para isso tenho um exercício legal. na verdade dois.

2 - SOLTANDO A MÃO:
 Procure fazer esses exercícios numa folha grande (A3).
— Um deles é O aquecimento : divida a folha em quatro partes fazendo uma cruz. Depois faça em cada quadrante linhas, círculos, espirais, outras figuras, etc.
— O outro é mais trabalhoso, porém, além de ficar legal. traz resultados incríveis de habilidade manual.
- Comece fazendo uma margem de mais ou menos um centímetro em toda a volta da folha.
- Depois divida este quadro em quatro partes horizontais e seis partes verticais.
- Nesses vinte e quatro quadros vamos fazer linhas, horizontais, verticais, inclinadas para direita e para esquerda; retas e curvas; nos dois sentidos, o mais próximas possível.
- melhor fazer um diagrama! Faça assim sempre, uma indo outra voltando.
- use outras formas de linha : sinuosas, quebradas, mistas. Experimente fazer com lápis colorido!
Só mais um detalhe: nada de virar a folha! Ou andar a volta dela, como já me fizeram, o intuito é criar independência nos movimentos, e fazendo o mesmo movimento sempre, não se consegue isso.
se quiser entrar no "level hard" tente com a outra mão.

3 - SIMPLIFICAÇÃO:
 Aqui começamos a entender o que é forma básica. Isso, na verdade, não é um conceito. O conceito do desenho é a forma, mas quase tudo é bem complexo para ser desenhado de uma vez. Quer prova? Pense na coisa mais simples que puder... Não vou tentar adivinhar o que é, vou pensar na minha própria . Agora vamos fazer um exercício de observação:
Uma bola de borracha. Tem algo mais simples? Lisinha, toda da mesma cor, com um ponto de luz. Moleza, "né não"? .... vai nessa...
Vamos das uma olhada com mais atenção:
 Como você faria com o que vimos até agora? Uma circunferência e uma elipse, para definir o ponto de luz, provavelmente. Mas, olhando de perto, o ponto de luz pela nossa perspectiva e pela distorção da superfície toma um padrão mais próximo do triangular; a luz refletida na superfície em que a bola está desenha outro padrão, no formato de "meia lua" bem iluminado. Essas duas "luzes", digamos assim, dão um formato totalmente diferente na sua simplificação, certo? Mas esse lance de luz é para outra hora, o que eu quero é mostrar que apesar de se chamar simplificação, tem que ser feita com atenção, para tornar simples, mas não perder os detalhes.
 Agora tente com algo mais complexo:
 Comece fazendo assim mesmo: por cima de uma foto.
  Preste bastante atenção no movimento que você faz para traçar cada linha. Se não quiser estragar sua figura pode fazer com um papel vegetal copiando por cima.  Depois tente fazer em outra folha de papel, observando o original, se aproximando, aos poucos e o máximo que puder das linhas do original.
 Essa prática é tão boa quanto o aquecimento para dar liberdade e independência às mão, e para melhorar sua observação.
 O próximo passo é fazer observando um objeto ao vivo:
 A forma ideal de fazer este estudo, para quem está começando, é ter um ambiente controlado, um objeto inanimado, numa superfície estável, e um ponto de luz fixo. Não tente desenhar seu cachorrinho, ele não vai ficar parado pra você. Bom, se for a "Lessie"... deixa pra lá. O importante é que está estudando formas, não se esforce em reproduzir o objeto fielmente, até por que para isso, precisa estas por dentro de outros conceitos.
 Não há nenhum grande segredo sobre a forma. Porém ainda tem muito assunto a esse respeito pela frente.
 O que estou te contando aqui é suficiente para começar a se aventurar, e essa é a melhor maneira de se acostumar com o conceito, o desenvolvimento a partir de uma forma mais simples, até chegar em um resultado final. Desse jeito se ganha desenvoltura e intimidade com a forma. Existem "N" outras maneiras de se fazer o que daqui em diante vamos chamar de esboço, você pode até inventar a sua depois. Mas pode acreditar que essa é a maneira mais fácil de começar. E o segredo, como em tudo, é praticar!
 O esboço é estágio inicial de qualquer obra, é aqui onde se apara as "arestas" e se toma as decisões. E a primeira coisa que acertamos, é a forma.


Continua...

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